quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Matéria do Jornal Estadão



"Ele sempre ajudou quem precisava"

O pernambucano Davi Ramos de Lima, de 37 anos, 2º sargento de Infantaria, "era uma daquelas pessoas que não conseguem ficar paradas diante de injustiças". "Ele sempre ajudou quem precisava. Seu coração era imenso e era muito ligado à família. Meu pai está arrasado. Seu único consolo é saber que Davi morreu cumprindo seu dever", contou seu irmão José de Arimatéia Ramos de Lima, que vive em João Pessoa, como a maior parte da família do sargento que morreu no terremoto no Haiti.
Davi era casado com Fernanda Spínola e pai de Gabriel, de 4 meses e Salomão, de 7 anos. Era padrasto de Taynará, de 14 anos. Ele estava no país caribenho desde agosto, com companheiros do Comando Militar do Sudeste que trabalhavam na Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah). O retorno teria início no dia 29. Davi pertencia ao 5º Batalhão de Infantaria Leve, de Lorena. Nascido em Garanhuns (PE), servia o Exército desde 1995, quando se formou sargento, na Escola de Armas do Exército, em Três Corações (MG). De lá, seguiu para Lorena e, entre 2002 e 2004, atuou na fronteira, em Rondônia.

A família contou que Davi encarava a missão de paz como desafio e também como reconhecimento de seu trabalho. "Ele ficou feliz por estar dentro daquele grupo de soldados que foram convocados. Ele tinha vontade de ir pra lá, não só para ajudar, mas também pelo reconhecimento interno no Exército", contou sua sobrinha Vanessa Souza, que vive em Brasília.
Vanessa disse também que a família foi informada sobre a morte de Davi durante a madrugada de ontem, mas só ficaram convencidos quando a lista dos nomes das vítimas chegou à imprensa, pela manhã. "Ele era um simples sargento, mas eu tenho a obrigação, como sobrinha, de contar e fazer com que as pessoas conheçam e deem valor ao serviço que ele prestou ao País."

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